“Apoiamos o secretário-geral da ONU, António Guterres, nos seus esforços incansáveis para alcançar a paz em todos os conflitos e particularmente no Médio Oriente”, disse Josep Borrell na rede social X (antigo Twitter).
O alto representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança lamentou ainda “os ataques injustificados contra si, bem como o número inaceitável de vítimas entre o pessoal humanitário das Nações Unidas” na Faixa de Gaza.
A decisão foi anunciada na quarta-feira pelo ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, por Guterres alegadamente não ter condenado o ataque do Irão a Israel na noite de terça-feira.
“Qualquer pessoa que não possa condenar inequivocamente o ataque hediondo do Irão a Israel não merece pôr os pés em solo israelita. Estamos a lidar com um secretário-geral anti-Israel, que apoia terroristas, violadores e assassinos”, disse Katz, num comunicado.
We support the UN Secretary General @AntonioGuterres in his tireless efforts to achieve peace in all the conflicts and particularly in the Middle East.
We deplore the unjustified attacks against him as well as the unacceptable number of casualties among UN humanitarian workers.
— Josep Borrell Fontelles (@JosepBorrellF) October 2, 2024
Na terça-feira, Guterres condenou o alargamento do conflito no Médio Oriente “com escalada após escalada” e apelou a um cessar-fogo imediato após o Irão atacar Israel com mísseis.
“Condeno o alargamento do conflito no Médio Oriente com escalada após escalada. Isso deve parar. Precisamos absolutamente de um cessar-fogo”, frisou o ex-primeiro-ministro português, através da rede social X.
A publicação de Guterres surgiu pouco depois do início de um ataque com mísseis do Irão contra Israel.
“Em resposta ao martírio de [Ismail] Haniye, de Hassan Nasrallah e do mártir [Abbas] Nilforushan [ex-comandante da Guarda Revolucionária iraniana morto na sexta-feira em Beirute], atacámos o coração dos territórios ocupados”, declarou a Guarda Revolucionária do Irão, num comunicado divulgado pela agência de notícias estatal ISNA.
Portugal pede a Israel que reconsidere Guterres como ‘persona non grata’
O Governo português instou hoje Israel a “reconsiderar a decisão” de declarar o secretário-geral das Nações Unidas ‘persona non grata’, que lamentou “profundamente”, defendendo a “missão indispensável” de António Guterres para garantir o diálogo e a paz.
Lusa | 17:10 – 02/10/2024
Guterres já se tinha manifestado “extremamente preocupado” com a escalada do conflito no Líbano, pedindo respeito pela “soberania e integridade territorial” deste país, horas depois de as Forças de Defesa de Israel terem iniciado uma ofensiva terrestre para deter a ameaça da milícia xiita Hezbollah, cujo líder, Hassan Nasrallah, foi morto na sexta-feira num bombardeamento israelita em Beirute.
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