EUA deviam revalidar acordo de redução de armas nucleares, diz Lavrov

“Temos afirmado repetidamente que a nossa proposta é um gesto unilateral de boa vontade. Não são necessárias consultas para que os Estados Unidos apoiem a nossa abordagem, só precisam de dizer: ‘Ok, não aumentaremos os níveis quantitativos do New START no prazo de um ano'”, afirmou Lavrov numa conferência de imprensa citado pela agência de notícias estatal russa TASS.

 

O tratado de desarmamento New START, assinado por Moscovo e Washington, limita cada parte a 1.550 ogivas estratégicas ofensivas implantadas e prevê um mecanismo de verificação, suspenso há dois anos.

Com o tratado a expirar em fevereiro de 2026, o Presidente russo, Vladimir Putin, propôs no início de outubro a prorrogação por um ano, mas não mencionou uma eventual retoma das inspeções aos arsenais.

“No mínimo, a Rússia está a cumprir uma obrigação unilateral. Não é necessária qualquer outra ação”, salientou Lavrov.

O ministro russo desmentiu que Putin tenha instruído as autoridades para prepararem ensaios nucleares e as acusações da Casa Branca de que estão a realizar testes no subsolo.

“Estamos prontos para discutir as suspeitas levantadas pelos nossos colegas americanos de que estamos secretamente a fazer algo no subsolo”, disse, acrescentando que Moscovo rejeita as acusações do Presidente norte-americano, Donald Trump.

“Quero esclarecer que o que o Presidente ordenou não foi a realização de testes nucleares, nem mesmo a preparação para testes nucleares. Em vez disso, instruiu o Ministério das Relações Exteriores e outras agências – as Forças Armadas e os serviços secretos – a analisarem a situação e chegarem a um consenso sobre em que medida essa situação exige a consideração da retomada dos testes nucleares”, disse Lavrov.

Esta conferência de imprensa com o chefe da diplomacia russa surgiu entre especulações de que Lavrov ia ser afastado do Kremlin (presidência russa), na sequência do adiamento da cimeira prevista entre Putin e Trump na Hungria.

Lavrov “ainda está a trabalhar. Está a trabalhar ativamente”, disse na segunda-feira o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov.

“Quando houver eventos públicos apropriados, o ministro será visto”, acrescentou Peskov, referindo-se à ausência dos holofotes públicos durante vários dias.

Na quinta-feira, Trump disse que tinha instruído o Departamento de Defesa para realizar testes de armas nucleares em “igualdade de condições” com outros países.

O anúncio de Trump surgiu depois de Putin ter ordenado, em 22 de outubro, exercícios nucleares terrestres, marítimos e aéreos. Nos últimos dias, Putin anunciou testes de dois sistemas de armas nucleares de nova geração: o míssil de cruzeiro Burevestnik e o submarino não tripulado Poseidon.

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Fonte: www.noticiasaominuto.com

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