O fogo teve início pelas 18:30 de segunda-feira, em Vreia de Jales, concelho de Vila Pouca de Aguiar, mas desceu a montanha, entrou na aldeia de Zimão, passou por Gralheira, Tourencinho e hoje chegou a Covelo, onde foram retiradas três pessoas por precaução.
Em Covelo uma frente de grande dimensão ameaçou a aldeia, bombeiros e população protegeram as casas, mas as projeções arrastadas pelo vento forte levaram o fogo para o outro da Estrada Nacional 2(EN2), já no concelho de Vila Real, onde pelas 15:30 se aproximava da aldeia da Samardã.
Nesta localidade, a agência Lusa observou populares a limpar mato de perto das casas, a regar na envolvente das habitações com mangueiras e um produtor a retirar vacas do curral para o centro da aldeia.
Em Covelo, o fogo destruiu uma propriedade agrícola com produção de mirtilos, framboesa, groselha, morangos e castanheiros, avelãs e nogueiras.
“Embora tivesse o terreno limpo, mas toda a envolvente estava com matos altos e o vento hoje estava mesmo agressivo e o combate torna-se impossível”, afirmou o proprietário Rui Lagoa, que disse ter perdido também para o fogo a cobertura com a rede anti pássaro e 16 painéis fotovoltaicos adquiridos há um ano e que custaram nove mil euros.
Segundo referiu, o prejuízo não é só para este ano. “É que as plantas perdem-se, eu não vou ter mais mirtilos, nem vou ter mais frutos secos. É triste”, lamentou.
Em Vila Pouca de Aguiar lavram desde segunda-feira três incêndios de grande dimensão, com frentes muito dispersas e distantes.
Segundo a página da Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), para o fogo de Vreia de Jales estão mobilizados 90 operacionais e 28 viaturas, em Telões 14 homens e quatro viaturas e em Bornes de Aguiar 117 operacionais e 36 veículos.
Desde segunda-feira que a presidente da Câmara de Vila Pouca de Aguiar e o comandante dos bombeiros do concelho reclamam mais meios para combater os fogos.
O Governo alargou até quinta-feira a situação de alerta devido ao risco de incêndios, face às previsões meteorológicas, e anunciou a criação de uma equipa multidisciplinar para lidar com as consequências dos fogos dos últimos dias, coordenada pelo ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, que teve hoje a sua primeira reunião em Aveiro.
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