A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, destacou na rede social X que “3,5 mil milhões de euros de bancos e companhias de seguros serão atribuídos aos cuidados de saúde e às pessoas mais vulneráveis, de forma a garantir melhores serviços que satisfaçam da melhor forma possível as necessidades de todos”.
O projeto de orçamento prevê cerca de 30 mil milhões de euros para medidas de apoio aos trabalhadores e reformados, indicou, por sua vez, o Ministério da Economia em comunicado, sem especificar a natureza da contribuição do setor financeiro.
Após fortes tensões na coligação de direita e extrema-direita sobre a tributação dos bancos, a Liga de Matteo Salvini (extrema-direita) e a Forza Italia de Antonio Tajani (conservadora) ‘declararam vitória’.
Saudando a intervenção do Governo nos bancos, o vice-primeiro-ministro Matteo Salvini realçou que “perante os 40 mil milhões de lucros só para o ano de 2023”, espera “contribuições importantes para apoiar o país e, sobretudo, o sistema nacional de saúde”.
“Não haverá novos impostos. A contribuição dos bancos é o resultado de um acordo, como sempre quisemos, e não de uma imposição de cima”, sublinhou o outro vice-chefe do Governo, Antonio Tajani.
“Vence a linha do bom senso que não assusta os mercados e defende a liberdade”, garantiu no X.
A coligação no poder queria evitar a todo o custo uma repetição do imposto de 40% sobre os ‘superlucros’ dos bancos anunciado pelo Governo de Meloni em agosto de 2023, que provocou o pânico na Bolsa de Milão.
Confrontada com o desastre da bolsa, a chefe do governo recuou e diluiu significativamente a sua medida.
Roma deu assim aos bancos a opção de escolher entre pagar a taxa ou aumentar as suas reservas num montante equivalente a duas vezes e meia o imposto.
No final, este imposto não trouxe nada ao Tesouro italiano, mas ajudou a fortalecer o capital dos bancos.
No seu orçamento, Giorgia Meloni renova uma redução dos encargos sociais para salários anuais até 35 mil euros, já em vigor a título temporário.
Outra importante medida emblemática, o Governo mantém a fusão dos dois primeiros escalões de impostos para proporcionar rendimentos anuais até 28.000 euros com uma taxa reduzida de 23% em vez de 25%.
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