Em outubro, a Polícia de Segurança Pública (PSP) disse que Odair Moniz teria “resistido à detenção e tentado agredir [os agentes] com recurso a arma branca”, após abordagem policial dos agentes na Cova da Moura, Amadora.
No entanto, dois dias depois da morte de Odair, que ocorreu a 21 de outubro, já no hospital, os dois agentes envolvidos na situação, afinal, terão admitido à Polícia Judiciária (PJ) que não foram ameaçados pela vítima com uma arma branca.
Na quarta-feira, 11 de dezembro, o advogado do agente da PSP que baleou Odair Moniz, Ricardo Serrano Vieira revelou que “está [estava] presente uma arma branca no local [do crime]”, mas não deu muitas explicações sobre o caso, argumentando que este se encontra em segredo de justiça. Adiantou ainda aos jornalistas que o agente da PSP em causa continua de baixa médica.
Advogado de agente da PSP que matou Odair diz que havia “arma branca”
Ricardo Serrano Vieira, responsável pela defesa do agente da PSP que disparou contra Odair Moniz, causando a sua morte, não confirmou se o cliente prestou declarações perante o Ministério Público.
Notícias ao Minuto | 12:37 – 11/12/2024
Uma fonte judicial avançou, por sua vez, à agência Lusa, que no processo consta uma arma branca que, na altura, estava na posse de Odair Moniz.
A mesma fonte adiantou que o polícia optou por não prestar declarações perante o Ministério Público (MP), considerando que a defesa do arguido ainda não teve acesso ao processo, por este se encontrar sujeito a segredo de justiça e revelou que este foi confrontado pelo MP com a prova indiciária.
Arma branca que pertenceria a Odair Moniz foi apreendida e consta do processo
A arma branca que alegadamente pertencia a Odair Moniz, que em outubro foi baleado mortalmente por um agente da PSP no bairro da Cova da Moura (Amadora), foi apreendida pelas autoridades e consta do processo, disse hoje fonte judicial.
Lusa | 18:49 – 11/12/2024
O agente da PSP foi ainda notificado, nos últimos dias, para prestar declarações junto da Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) na qualidade de testemunha, um inquérito ordenado pela ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, que determinou que fosse feito com “caráter de urgência”.
O interrogatório, ao que tudo indica, já tem data e irá acontecer na próxima semana, avança a CNN Portugal. Segundo a estação, a defesa do agente foi notificada pelo IGAI para que este se apresente para interrogatório.
Além do processo judicial, recorde-se, estão a decorrer na IGAI e na PSP processos de âmbito disciplinar.
IGAI quer ouvir polícia envolvido na morte de Odair na próxima semana
Além do processo judicial, recorde-se, estão a decorrer na IGAI e na PSP processos de âmbito disciplinares. IGAI notificou a defesa do agente para que este se apresente para interrogatório.
Notícias ao Minuto com Lusa | 23:34 – 11/12/2024
Odair Moniz, cidadão cabo-verdiano, de 43 anos, foi baleado por um agente da PSP na madrugada de 21 de outubro, no bairro da Cova da Moura, distrito de Lisboa, e morreu pouco depois, no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa.
A morte do cabo-verdiano desencadeou vários tumultos, na mesma semana, no Zambujal e noutros bairros da Área Metropolitana de Lisboa, onde foram queimados e vandalizados autocarros, automóveis e caixotes do lixo, somando-se cerca de duas dezenas de detidos.
Leia Também: Odair. Já são quatro os detidos em operação da PSP após tumultos