Von der Leyen pede planos de contingência para evitar novos refugiados

“A queda do regime de Assad afetará todos os vizinhos da Síria de diferentes formas e o seu papel será fundamental para moldar o futuro da região. Estes países são imediatamente afetados pelos movimentos de refugiados sírios e alguns já estão a atravessar a fronteira, ansiosos por regressar a casa”, afirma Ursula von der Leyen.

 

Numa carta hoje enviada aos chefes de Governo e de Estado da União Europeia (UE) – que se reúnem na quinta-feira em Bruxelas na primeira cimeira europeia presidida pelo novo presidente do Conselho Europeu, António Costa -, a líder do executivo comunitário apela: “Teremos de ajudar o Líbano, a Jordânia e a Turquia a prepararem-se para diferentes eventualidades, incluindo planos de contingência para movimentos imprevisíveis de pessoas e novos desafios de segurança”.

“Este trabalho deve ser efetuado pela Comissão em estreita colaboração com os Estados-membros, num espírito de Equipa Europa. É importante assegurar que uma incerteza prolongada não desencadeie novos fluxos de refugiados”, exorta a responsável.

Na missiva, Ursula von der Leyen aponta que “os acontecimentos das últimas semanas no Médio Oriente abriram novas oportunidades para a paz e a estabilidade na região, mas também trouxeram novas incertezas quanto ao caminho a seguir”.

Vincando que a queda do regime do até agora Presidente sírio Bashar al-Assad, que estava no poder há mais de 20 anos, “torna possíveis novas formas de trabalhar” com o país, a presidente da Comissão Europeia vinca que “a UE deve desempenhar o seu papel no apoio ao desenvolvimento de uma nova Síria”.

Porém, “temos de proceder com cautela, tendo em conta que a situação permanece volátil”, conclui Ursula von der Leyen.

Estas palavras da presidente da Comissão Europeia surgem após a queda do regime sírio de Bashar al-Assad, que esteve no poder 24 anos, na sequência de uma ofensiva relâmpago conduzida por uma coligação opositora, liderada pela Organização Islâmica de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al Sham, ou HTS, em árabe) e que inclui fações pró-turcas.

A queda do regime de Bashar al-Assad, que fugiu com a família para a Rússia após os rebeldes terem tomado o controlo de Damasco, ditou o fim de cinco décadas de poder da família do ex-presidente, mas também está a lançar várias interrogações sobre o futuro deste país devastado e fraturado por 13 anos de guerra civil, um conflito que ganhou ao longo dos anos uma enorme complexidade, com o envolvimento de países estrangeiros e de grupos ‘jihadistas’.

O novo poder instalado em Damasco entretanto nomeou o político Mohammed al-Bashir como primeiro-ministro interino do governo sírio de transição, cargo que assumirá até março de 2025.

Nos últimos 13 anos, a UE e os seus Estados-membros mobilizaram mais de 33,3 mil milhões de euros em ajuda humanitária, mas também para o desenvolvimento, economia e para a estabilização do país, apoiando os sírios que permaneceram no território ou que procuraram refúgio em países da região.

Estima-se que os anos de guerra tenham deixado o povo da Síria exposto e vulnerável a situações como deslocações em massa, insegurança alimentar generalizada, infraestruturas em ruínas, declínio económico e doenças evitáveis, com cerca de 16,7 milhões de pessoas a necessitar urgentemente de assistência humanitária.

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Fonte: www.noticiasaominuto.com

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