José Luís Carneiro, considerou, este sábado, que o Partido Socialista (PS) já ‘cá estava’ muito antes do Chega e que a comparação era “incomparável”. As declarações foram feitas aos jornalistas em Baião, no distrito do Porto,
“Estamos muito para a frente. Estamos aqui desde antes do 25 de Abril. Recordo que os nossos fundadores viveram na clandestinidade. Foram presos várias vezes. Mário Soares, entre outros. Foram presos. Viveram na clandestinidade para nós vivermos em liberdade”, apontou, quando confrontando sobre a possibilidade de o PS estar a ficar atrás do Chega.
“Não queria comparar aquilo que é incomparável”, reforçou.
Confrontando sobre a possibilidade de os socialistas estarem a ficar à margem no que diz respeito a acordos com o Governo, José Luís Carneiro respondeu que já transmitiu ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, que o PS “queria ser uma oposição firme e alternativa.”
Exemplificando sobre as convergências na Defesa entre PS e Governo e também sobre a eventual criação de uma unidade de coordenação para emergências, atirou: “Não pedi nenhum ganho com isso.”

PS quer unidade de coordenação para emergências: “Governo falhou”
A proposta do PS, que segundo o líder socialista já foi enviada para o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e que será ainda apresentada também como um projeto de resolução no parlamento, é para a criação de uma unidade de coordenação para emergências hospitalares.
Lusa | 15:37 – 16/07/2025
Note-se que, já esta semana, em entrevista à CNN Portugal, José Luís Carneiro tinha falado da disponibilidade para trabalhar com o Governo.
“Há áreas de convergência de democrática, entre elas a política externa, europeia, de relação com países africanos de língua oficial portuguesa. A relação com o Atlântico, com o Brasil. As opções que estão a ser tomadas colocam em causa um posicionamento histórico comum entre o PS, PSD e o próprio CDS porque fomos os construtores das prioridades da política externa nacional”, começou por criticar, falando depois da disponibilidade para cooperar em várias áreas, como a Justiça, Defesa, e outras.
“Não apenas o disse, como o tenho praticado. Há poucos dias, enviei uma proposta ao primeiro-ministro colocando aquelas que são as linhas fundamentais relativamente às quais, na área da Defesa, o país tem de fazer um esforço imenso – e poderemos cooperar”, garantiu.
A entrevista à estação televisiva foi dada depois do debate do Estado da Nação, que ficou marcada por momentos de tensão. O debate, que durou cinco horas passou por vários temas, desde o anúncio do alargamento do subsídio de deslocação dos professores ao ‘extra’ para os pensionistas.
Luís Montenegro reconheceu que há muito por fazer, mas que não desperdiçará “um dia dos quatro anos de Legislatura.”
Foi o Ministro dos Assuntos Parlamentares, Carlos Abreu Amorim, quem fechou o debate, ‘atirando-se’ ao PS, na medida em que apontou que há dificuldades em fechar acordos com esta bancada.
Durante a discussão parlamentar, o chefe de Governo referiu ainda que “não sabia o que era” o acordo de princípio de que José Luís Carneiro falava. Em causa estão declarações do líder do Chega, André Ventura, que no início da semana disse tinha um “princípio de acordo” com a AD quanto a algumas linhas orientadoras para mudar a lei da nacionalidade.
Face à resposta de Montenegro, e já ‘de volta’ à entrevista na CNN Portugal, José Luís Carneiro disse que o primeiro-ministro agora “teria de explicar.”
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