Almirante dos EUA nega ordem para matar tripulantes de barco de droga

Bradley compareceu hoje a reuniões à porta fechada das comissões das Forças Armadas do Senado e da Câmara dos Representantes (no Congresso norte-americano), que estão a investigar a legalidade das ações militares no âmbito da campanha contra o narcotráfico da administração liderada pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

 

Esta reunião foi realizada após legisladores norte-americanos, republicanos e democratas, terem pedido explicações ao Governo após uma notícia do The Washington Post, que avançava que num bombardeamento, no qual morreram 11 tripulantes de uma suposta “embarcação de narcotraficantes”, tinha sido dada uma ordem pelo secretário da Defesa, Pete Hegseth para “matar toda a gente” a bordo.

O Pentágono (Departamento da Defesa) tem sido alvo de críticas depois desta notícia ter revelado que foi efetuado um segundo ataque para matar dois sobreviventes do primeiro ataque.

Segundo Hegseth, a ordem para o segundo ataque foi dada pelo almirante.

Cotton, que participou da reunião, defendeu a postura do almirante e disse que, se estivesse no seu lugar, teria ordenado vários ataques.

Por outro lado, o legislador democrata Jim Himes definiu o que observou durante a reunião como “uma das coisas mais inquietantes” que já presenciou na vida e afirmou que no vídeo do segundo ataque se veem duas pessoas em situação de perigo que são mortas.

Questionado pela imprensa na quarta-feira na Casa Branca, Trump disse que o Pentágono publicará o vídeo do segundo ataque, embora tenha minimizado a controvérsia, assim como fez Hegseth, que afirma não ter supervisionado diretamente a operação.

Durante uma reunião do gabinete governamental na Casa Branca na terça-feira, Hegseth referiu que não viu nenhum sobrevivente na água após o primeiro ataque, afirmando que a embarcação “explodiu no meio do fogo e do fumo”.

Um funcionário da Defesa explicou à estação NBC News que o almirante considerou que os dois sobreviventes eram alvos militares legítimos que ele identificou como “narcoterroristas”.

A Casa Branca tinha afirmado na segunda-feira que o almirante Bradley agiu “dentro da sua autoridade e da lei” ao ordenar o segundo ataque, enquanto Hegseth declarou nas redes sociais que apoiava Bradley “e as decisões de combate que tomou”.

Após o primeiro ataque, os dois sobreviventes comunicaram com outro barco suspeito de estar envolvido no tráfico de drogas, disseram ainda duas pessoas próximas ao assunto, segundo a agência de notícias espanhola EFE.

De acordo com números confirmados pelo Pentágono, desde o início das operações militares em setembro foram efetuados 21 ataques contra supostas embarcações de narcotráfico, onde morreram 82 alegados “narcoterroristas”.

A Casa Branca associa as embarcações atacadas ao Tren de Aragua ou ao Cartel de los Soles, grupos criminosos originários da Venezuela que Washington classificou como terroristas no âmbito da sua grande mobilização militar nas Caraíbas e da crescente pressão sobre o Governo do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

Leia Também: “Diálogo respeitoso”. Maduro confirma conversa “cordial” com Trump

Fonte: www.noticiasaominuto.com

Scroll to Top