Seis homens foram acusados na terça-feira, dia 9 de dezembro, de terem queimado vivo um jovem de 19 anos e de transmitirem o momento em direto numa rede social encriptada, em julho deste ano, em Nîmes, França.
O corpo do jovem foi encontrado a 15 de julho e os vídeos começaram a surgir logo de seguida. As imagens, segundo o Le Parisien que teve acesso às mesmas, mostram o jovem em estado de choque, amarrado e com a boca tapada com fita adesiva.
No primeiro vídeo, a pessoa que está a filmar a agressão retira uma arma de fogo e dispara três vezes, atingindo a cabeça e o peito do rapaz, que cai ao chão. No segundo vídeo, o jovem aparenta já estar encharcado com um líquido inflamável, quando é atirado um isqueiro na direção do corpo do mesmo, que começa a arder.
Conta o mesmo jornal, que a vítima estava amarrada com um cabo que ia da sua virilha à mochila e que aparentava ter sido arrastada por um caminho de terra pelos agressores. No local, foram encontradas seis balas de calibre 9mm, um isqueiro e um cartão bancário.
A investigação, aberta logo na altura, culminou agora na detenção de seis homens, incluindo um menor de 17 anos e 11 meses. Os outros cinco têm idades compreendidas entre os 18 e os 27 anos, e são acusados de “terem participado no homicídio e na sua divulgação online”, afirmou a procuradora Cécile Gensac em conferência de imprensa.
Um destes cinco homens já conta com um cadastro de 19 condenações, sendo que 14 aconteceram quando ainda era menor de idade. “Foi colocado em prisão preventiva após ter sido indiciado por todos os factos”.
O menor e outros dois adultos foram acusados de conspiração, destruição por meios perigosos como parte de um grupo organizado e gravação e disseminação de imagens de crimes contra a integridade física. Estes três suspeitos ficaram também em prisão preventiva.
Um outro homem, que à data dos factos era menor, está a ser investigado por “associação criminosa” e permanece também em preventiva. O último acusado foi “colocado sob supervisão judicial após ser formalmente acusado de associação criminosa”.
No âmbito deste crime, as autoridades tinham detido, inicialmente, oito pessoas por “crimes puníveis com prisão perpétua”, entre os quais estavam homicídio, cumplicidade em homicídio, participação em organização criminosa. Contudo, dois dos detidos foram libertados por se considerar que não havia provas suficientes para indicar os suspeitos.
Na origem do crime estará uma discórdia relativa ao tráfico de droga na região.
A vítima era originalmente de Tremblay-en-France (a mais de 700 quilómetros de onde acabou por morrer) e tinha chegado a Nîmes dias antes da sua morte, a 12 de julho. Segundo a Justiça francesa, o jovem “tentou vender narcóticos durante três dias, especialmente em Pissevin”, um dos bairros de Nîmes mais afetado pelo tráfico de droga. Por isso mesmo, os membros da rede local de tráfico terão suspeitado que o jovem estivesse em “conluio com outras redes” e terão resolvido a situação por via da força.
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