IPMA diz que novembro passado foi o “3.º mais quente de que há registo”

O mês passado é o 3.º novembro “mais quente de que há registo”, de acordo com uma análise do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). Segundo os especialistas, no mês anterior foi registada “uma temperatura de 1.54 °C acima da média estimada para o período de 1850-1900 (nível pré-industrial)”.

Na análise, que pode consultar aqui, o IPMA nota ainda que “este foi o segundo mês com [na média] temperatura acima de 1.50°C desde abril de 2025”.

“O mês foi 0.65 °C mais quente do que a média no período de 1991-2020, com uma temperatura média do ar à superfície de 14.02ºC, sendo o 3.º novembro mais quente de que há registos”, lê-se na nota.

E na Europa?

Os especialistas fazem a análise ainda quanto ao panorama geral, nomeadamente, em relação à Europa. “A temperatura média do ar na Europa foi de 5.74ºC, 1.38ºC acima da média no período de 1991-2020, sendo o 5.º novembro mais quente de que há registos”, explicam.

O IPMA refere ainda que em território europeu foram registadas temperaturas acima da média no Leste, Rússia, nos Balcãs e na Turquia. “Foram observadas temperaturas abaixo da média, principalmente no norte da Suécia e da Finlândia, na Islândia e em partes do norte de Itália e do sul da Alemanha”, notam.

E quanto à chuva?

A análise conhecida esta quarta-feira dá ainda conta dos valores da precipitação, já conhecidos no início de dezembro. Se neste período a temperatura média do ar classificou-se como “normal em relação à temperatura média do ar”; em relação à chuva não foi bem assim.

De acordo com o instituto, novembro de 2025 foi mesmo o 13.º mais chuvoso desde 1931 e o 3.º mais chuvoso deste século. O total de precipitação foi de 202.9 mm, correspondendo a 180 % do valor médio 1991-2020.

Foram ainda registados “15 novos extremos do maior valor de precipitação para novembro, dos quais cinco correspondem a extremos absolutos”. No entanto, a situação de maior precipitação levou a “um desagravamento da seca meteorológica em todo o território, tendo mesmo terminado nas regiões do Norte e Centro. A 30 de novembro, 21% do território estava em seca meteorológica fraca”.

Os destaques do IPMA

O IPMA aponta ainda os destaques do mês, que, no período analisado, se relacionam com, por exemplo, a Depressão Cláudia. Recorde-se que a passagem desta depressão levou a milhares de ocorrências por todo o país, tendo causado estragos muito violentos. Duas pessoas morreram também em Fernão Ferro, depois de a casa onde estavam ficar inundada.

Já de acordo com o que IPMA avaliava na altura, a rajada mais forte registava foi de 127 km/h.

Outro dos destaques vai, no entanto, para o Algarve, quando, no dia 15, um tornado foi registado em Albufeira. “O valor do vento máximo instantâneo associado foi estimado na ordem de 60 m/s (220 km/h)”, recorda o IPMA.

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