“Ficaremos e cumpriremos a nossa missão”, disse Lazzarini, responsável pela Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Médio Oriente (UNRWA) durante uma reunião internacional em Oslo.
“A equipa local da UNRWA permanecerá e continuará a prestar assistência de emergência e, sempre que possível, educação e assistência médica básica”, acrescentou.
Os legisladores israelitas aprovaram uma legislação que proíbe a UNRWA de operar em Israel e em Jerusalém Oriental. Estas devem entrar em vigor no final de janeiro, 90 dias após a sua votação pelo Knesset, o Parlamento israelita, que aconteceu em 28 de outubro.
Segundo Lazzarini, com esta proibição, a falta de contacto entre a UNRWA e as autoridades israelitas tornará mais perigosa a deslocação dos funcionários da agência da ONU na Faixa de Gaza, onde o exército israelita tem conduzido operações militares nos últimos 15 meses.
Sem vistos, os funcionários da UNRWA que não sejam palestinianos já não poderão viajar para Gaza e aqueles que já lá estão terão de sair, explicou o diretor-geral da organização.
“Continuar a trabalhar implicará riscos pessoais consideráveis para os nossos colegas palestinianos”, enfatizou ainda.
“Isto deve-se ao ambiente operacional excecionalmente hostil criado pelo desrespeito de Israel pelo direito internacional e à sua cruel campanha de desinformação contra a agência”, acusou o responsável.
Israel acusa a UNRWA de estar infiltrada por membros do movimento islamita palestiniano Hamas.
A agência da ONU é considerada a “espinha dorsal” das operações humanitárias destinadas aos palestinianos. Hoje, presta assistência a quase seis milhões de refugiados palestinianos em Gaza, Cisjordânia, Líbano, Jordânia e Síria.
A guerra em Gaza foi desencadeada pelo ataque executado pelo Hamas em 07 de outubro de 2023, que resultou na morte de 1.210 pessoas, a maioria civis, segundo um levantamento da agência de notícias AFP baseada em dados oficiais israelitas. Nesse dia, 251 pessoas foram também raptadas.
Mais de 46.500 pessoas, a maioria civis, foram mortas na campanha militar de retaliação de Israel em Gaza, de acordo com dados do Ministério da Saúde do Hamas, que a ONU considera credíveis.
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