A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) argumentou que o “ato de violência” que se viveu na Escola Básica da Azambuja, nesta terça-feira, “deverá fazer refletir sobre o que (não) tem sido feito para prevenir e combater a violência e obrigar a que se tomem medidas”.
Em comunicado, a Fenprof começa por manifestar “a sua solidariedade com toda a comunidade educativa da Escola Básica da Azambuja e, em particular, as vítimas do ato violento que nela teve lugar, colocando, mais uma vez, o problema da indisciplina e violência nas escolas no topo das preocupações”.
“Atos de violência, ainda que de menor gravidade do que este, acontecem sem que tenham sido tomadas medidas que os previnam ou combatam. Há sempre uma primeira declaração sobre a sua imprevisibilidade e de que se trata de um ato isolado. Multiplicam-se, então, os compromissos de, no futuro, serem tomadas medidas preventivas o que, por norma, não acontece. Voltarão a repetir-se quando surgir outra situação”, vaticinou o sindicato.
A Fenprof reiterou a opinião de que “a estes atos não é alheio um problema de fundo, exterior à escola, que resulta de uma cultura de violência, ódio e conflitos patentes em muitas regiões do mundo, discursos políticos, jogos eletrónicos, em algum cinema”, mas “não só”.
“Ou seja, assenta numa cultura avessa à paz, à boa convivência, à gestão de conflitos que estão a montante da escola, sendo cada vez mais um problema social grave”, continuou.
No comunicado enviado às redações, a Fenprof recorda as “propostas que apresentou a diversos ministros” relativas “aos problemas de indisciplina e violência, incluindo bullying em espaço escolar”, lamentando: “No entanto, nunca foram colocadas na lista de prioridades”.
A Fenprof apela à “prevenção”, dando “autonomia” às escolas para “afetar mais assistentes operacionais”, “colocar animadores socioculturais e de tempos livres que possam orientar e acompanhar as atividades lúdicas dos alunos durante os intervalos e o tempo não letivo na escola”, “constituir equipas multidisciplinares de apoio”, “reduzir o número de alunos por turma”, “agir disciplinarmente perante as situações quando acontecem” e “garantir que os órgãos de gestão das escolas deixam de ser pressionados por um modelo de prestação de contas”.
Recorde-se que, na tarde desta terça-feira, um aluno da Escola Básica da Azambuja esfaqueou seis colegas – cinco meninas e um menino -, menores de idade.
O Notícias ao Minuto confirmou a ocorrência junto da Guarda Nacional Republicana (GNR) e de fonte da Escola Básica da Azambuja. A Proteção Civil também confirmou o sucedido e adiantou que os seis feridos, cinco ligeiros e um grave, têm entre 12 e 14 anos.
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