Pequim e Londres renovaram os contactos de alto nível em agosto, durante uma chamada telefónica entre o Presidente chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer. Foi a primeira vez que o chefe de Estado chinês conversou com um primeiro-ministro britânico desde 2022.
Numa nova chamada telefónica hoje, com a ministra das Finanças britânica, Rachel Reeves, He Lifeng disse-lhe que a China estava “disposta a trabalhar com o Reino Unido” para “relançar o diálogo económico e financeiro bilateral”, segundo a agência de notícias Xinhua.
O vice-primeiro-ministro garantiu ainda que o gigante asiático pretende “ampliar a cooperação nos domínios das finanças, da economia verde, da biomedicina e da inteligência artificial”.
Depois da “era dourada” centrada nas relações comerciais, muito elogiada pelo primeiro-ministro britânico David Cameron no início da década de 2010, as tensões bilaterais aumentaram entre os dois países.
Uma das principais áreas de atrito diz respeito ao reforço do controlo de Pequim sobre a antiga colónia britânica de Hong Kong, território chinês desde 1997.
O Reino Unido denunciou a repressão do movimento pró-democracia na sua antiga colónia, cujas figuras no exílio encontraram refúgio em solo britânico.
Londres acusou ainda Pequim de ataques informáticos contra autoridades eleitas, de espionagem tecnológica e de violação dos direitos humanos, especialmente os da minoria uigur na região de Xinjiang (noroeste da China), para não falar das tensões comerciais.
Os dois países acusaram-se também mutuamente de espionagem. Além disso, Pequim critica regularmente Londres por seguir a política hostil de Washington em relação ao Governo chinês.
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