Marta Pereira da Costa vai partilhar o palco com o pianista cubano Iván Melon Lewis, com quem gravou este mais recente trabalho, e com o coreógrafo mexicano Kike Perez-Câncio Cantero, responsável pelos apontamentos de dança previstos.
Em maio passado, quando saiu este novo álbum, em declarações à agência Lusa, Marta Pereira da Costa disse querer afirmar-se como intérprete e compositora.
“É num segundo disco que nos afirmamos ou que mostramos que se calhar não evoluímos tanto. A minha ideia era afirmar-me como intérprete e compositora, e ter um projeto mais centrado na guitarra portuguesa”, disse à agência Lusa Marta Pereira da Costa, referindo que, no seu álbum de estreia, saído em 2016 em nome próprio, “quis apresentar tudo, tinha cordas, metais, quintetos, as vozes convidadas”.
A opção neste segundo álbum foi de recolhimento e de dar foco à guitarra portuguesa.
“Quis voltar a recolher-me para um ambiente intimista, onde dois instrumentos [guitarra portuguesa e piano] que conheço muito bem, e com os quais estou muito à vontade, vão sobressair, como se houvesse um foco apontado sobre eles, numa conversa entre os dois”, disse.
‘Sem Palavras’ inclui temas de Carlos Paredes, José Luís Tinoco, George Gershwin, entre outros compositores, e quatro de autoria de Marta Pereira da Costa.
“Foi muito giro trazer repertório de piano, como ‘Tom Waits’, de António Pinho Vargas, para a guitarra portuguesa, e fazer os arranjos para a guitarra”, contou.
O álbum inclui temas como ‘Aranjuez & Spain’, juntando dois temas, respetivamente, do espanhol Joaquín Rodrigo (1901-1999) e do norte-americano Chick Corea (1941-2021), e ‘Dr. Albertino’, do cabo-verdiano Luís Rendall (1898-1986).
Pereira da Costa realçou que tem tentado “levar a guitarra portuguesa o mais longe possível, trazendo outras inspirações para a guitarra, daí ter escolhido o ‘Aranjuez’, do Rodrigo, o ‘Spain’, do Corea, ou os ‘Veinte Años’ da [cubana] Maria Teresa Vera [1895-1965], e também o ‘Summertime’, numa brincadeira com os ‘Verdes Anos’ [de Carlos Paredes], ou a morna cabo-verdiana ‘Dr. Albertino’, do grande guitarrista Luís Rendall”, disse.
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