Nuno Melo participou hoje na cerimónia de inauguração do Centro de Investigação e Tecnologia (CIT) Aeroespacial, criado através de uma parceria entre a Força Aérea Portuguesa e dois privados – o CEiiA e a Geosat -, que decorreu no Comando Aéreo de Monsanto.
Este centro tem como missão “criar e desenvolver novos conhecimentos, tecnologias e aplicações para a indústria aeroespacial”, segundo um comunicado divulgado durante a cerimónia.
O CTI Aeroespacial estará empenhado no desenvolvimento de uma aeronave regional ligeira LUS 222 – que terá um duplo uso e poderá ajudar a desempenhar missões de segurança e apoio a emergências – e em desenvolver uma capacidade que permite a satélites captarem imagens da Terra durante a noite e através das nuvens.
Num discurso na cerimónia de inauguração, Nuno Melo frisou que o “poder espacial assume um papel cada vez mais preponderante” no atual contexto geopolítico, frisando que o seu livre acesso está a ser “contestado, colocando em causa valores e interesses das sociedades modernas”.
Neste contexto, o ministro da Defesa frisou que o Governo está empenhado em garantir “a liberdade de ação das Forças Armadas em todos os domínios operacionais, incluindo o espaço”, salientando que, para tal, é “necessário edificar e incrementar as capacidades militares espaciais”.
“Por isso, o lançamento do CIT Aeroespacial é um desenvolvimento da maior importância para alavancar a economia no setor aeroespacial e concretizar a capacitação e a afirmação do exercício da nossa soberania sobre o espaço”, destacou.
Nuno Melo salientou que o CTI Aeroespacial vai permitir essa maior capacitação “pelas atividades de investigação e inovação que serão desenvolvidas, pela produção de conhecimento e desenvolvimento de tecnologias, produtos e serviços duplos”, mas também “pela captação de oportunidades de investimento e financiamento”.
O ministro da Defesa salientou ainda que o Governo tem “insistido muito na necessidade de se investir e valorizar as oportunidades da defesa e da indústria da defesa”, considerando que “isso significa trazer os privados e os investidores para a Defesa Nacional” e mostrar-lhes a “enorme multiplicidade de oportunidades” que essa economia tem.
“Todos juntos vamos certamente ajudar a ter Forças Armadas relevantes, credíveis e úteis”, disse.
Por sua vez, o Chefe do Estado-Maior da Força Aérea (CEMFA), o general Cartaxo Alves, salientou que o CTI Aeroespacial tem como “missão clara posicionar Portugal na vanguarda da integração e operação de sistemas aeroespaciais”.
O CEMFA salientou que o desenvolvimento da aeronave LUS 222 vai ser “o primeiro programa aeronáutico completo em Portugal, que cria o primeiro integral final aeronáutico português e a primeira linha de montagem final de aeronaves no país”.
Já no que se refere ao desenvolvimento da capacidade SAR (Radar de Abertura Sintética) em satélites, o general Cartaxo Alves salientou que permitirá a Portugal “obter imagens da Terra durante a noite e através das nuvens”.
“Qualquer [dos dois projetos] insere-se no desiderato da produção, difusão e transmissão de conhecimento orientados para a criação de valor económico e para o esforço e capacitação da cadeia de valor nacional. Mas o espaço, e tudo o que lhe diga respeito, não é um processo de chave na mão: há ainda muito trabalho a fazer e a Força Aérea fará também a parte que lhe compete”, assegurou.
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