Entre os produtos que terão acesso facilitado ao mercado europeu estão as frutas frescas, como abacate, limão, melão e uva, cujas tarifas serão eliminadas gradualmente em até sete anos após a implementação do acordo, indicou em Ministério da Agricultura do Brasil em comunicado.
As exportações de café, do qual o Brasil é o maior produtor e fornecedor mundial, também entrarão na União Europeia sem tarifas em sete anos, tanto em grãos como em produtos torrados e solúveis, de acordo com a mesma nota.
Para produtos como a carne e o etanol, em que não está prevista a liberalização total do comércio, o Brasil vai dispor de uma redução gradual dos direitos aduaneiros.
Citado no comunicado, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que se encontra em Angola em visita oficial, sublinhou que “a conclusão deste acordo coloca o Brasil no centro de um dos maiores mercados globais e consolida o agronegócio como pilar do comércio internacional”.
“Este acordo prevê mais liberdade comercial, como zero tarifa para frutas, café e outros produtos brasileiros, além de quotas significativas para açúcar, carnes e etanol. Agora, vamos mostrar a nossa competência e aceder a esse mercado tão importante que é a União Europeia”, acrescentou o responsável brasileiro, país considerado um dos ‘celeiros do mundo’.
“O acordo coloca o Brasil no centro de um dos maiores mercados globais e consolida o agronegócio brasileiro como um pilar do comércio internacional do Brasil”, disse o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, citado no comunicado.
De acordo com as autoridades brasileiras, em 2023 o Brasil exportou mais de 17 mil milhões de euros em produtos agrícolas para a União Europeia.
Os produtos mais exportados do Brasil para a UE no ano passado foram soja, café, produtos florestais, carnes, sumos, açúcar e etanol.
O bloco europeu é o segundo maior destino das exportações agrícolas brasileiras, depois da China.
O Brasil é o segundo maior exportador mundial de grãos (arroz, cevada, soja, milho e trigo), com 19% de participação no mercado internacional, e é líder mundial no café, açúcar, carne bovina, soja e frango.
De acordo com o Ministério da Agricultura brasileiro, no caso da carne bovina, o acordo com a UE prevê uma quota de 99 mil toneladas e tarifas limitadas a 7,5%.
Em contrapartida, o Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai) aceitou reduzir total ou parcialmente os seus direitos aduaneiros relativamente a 96% das importações provenientes da Europa durante um período máximo de quinze anos.
Os produtos mais sensíveis, como queijos, vinhos e chocolates, terão um período de transição mais longo e restrições específicas.
A União Europeia (UE) e os países do Mercado Comum do Sul (Mercosul) chegaram hoje a acordo político para aquele que será o maior acordo comercial do mundo.
Falando à imprensa a partir de Montevidéu, no Uruguai, onde se deslocou para uma reunião de líderes da UE e do Mercosul a propósito das negociações sobre esta parceria de comércio e investimento que servirá um mercado de 700 milhões de consumidores, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen vincou que “este acordo não é apenas uma oportunidade económica, é uma necessidade política”.
A UE e Mercosul têm mantido contacto regular, o que permitiu hoje concluir as negociações políticas nomeadamente em questões como os compromissos ambientais, após um primeiro aval em 2019, que não teve seguimento.
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