A administração da Misericórdia de São Brás Alportel, no distrito de Faro, considera, em comunicado enviado à Lusa, que o diretor difundiu uma mensagem de correio eletrónico, com proveniência da caixa principal de ‘email’ do museu, com base “na interpretação errónea de um extrato bancário” acerca de uma verba não especificada, que terá sido colocada em “depósito a prazo”.
“Devido a uma gestão controversa e a constantes comportamentos desadequados para com a mesa administrativa da Santa Casa da Misericórdia, que culminou com o que consideramos um infeliz e muito grave ato de difamação desta Misericórdia, por meio oficial, por parte do diretor do Museu, vimo-nos confrontados com a necessidade de tomar uma atitude que muito lamentamos”, frisa a mesa administrativa.
A Misericórdia refere que o diretor do Museu do Traje de São Brás de Alportel difundiu uma mensagem através do ‘email’ [email protected], assinada pelo próprio, “cujo conteúdo revela uma profunda falta de conhecimento e tem por base uma interpretação errónea de um extrato bancário”.
No extrato bancário em causa, sustenta a mesa administrativa, “a par da referência ao levantamento do montante referido, está a indicação do destino do mesmo: a sua colocação em depósito a prazo, justamente para melhor rentabilidade das verbas destinadas ao Museu do Traje”.
Essa movimentação bancária foi feita, prossegue a instituição, “sempre no quadro da gestão rigorosa dos recursos financeiros da Misericórdia, que tem sido fundamental para permitir” o seu funcionamento.
“A injuriosa mensagem tenta descrever uma realidade que não existe e faz acusações injustas e desonestas, não só por puro desconhecimento técnico do processo em si e do objetivo da transação bancária efetuada, como pelo que transparece ser o desconhecimento total das permissões legais de gestão da mesa administrativa, no âmbito das suas competências de gestão diária”, sustenta a mesa administrativa.
A Misericórdia de São Brás de Alportel acrescenta que aquela “parte da informação” não foi referida no ‘e-mail’ difundido, o que causa “uma incorreta leitura de um documento da maior importância”, e que “nem é referido que a Santa Casa sempre cumpriu com todos os pagamentos e investimentos necessários ao funcionamento e melhoramento constante do Museu”.
Com essa mensagem, lê-se na nota enviada à Lusa, “é denegrido o trabalho diário de mais de uma centena de colaboradores, que todos os dias se esforçam de uma maneira honesta e responsável, para desenvolver um trabalho dedicado a bem da comunidade”.
A mesa administrativa diz que esse “grave ato” a “forçou” a suspender o diretor, a instaurar um processo disciplinar e a apresentar uma queixa-crime, afirmando que a gestão do museu não pode estar sujeita “a insinuações injuriosas que danificam a sua reputação, com dolo e má-fé, através de ato oficial”.
“Numa Misericórdia, todos os assuntos importantes são deliberados pela mesa administrativa, órgão executivo e colegial composto por cinco elementos, os seus movimentos financeiros são escrutinados por colaboradores e pelos vários órgãos da Irmandade”, explica a mesa administrativa.
A agência Lusa tentou obter o contacto do visado, junto de várias fontes, sem sucesso até ao momento.
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