À entrada para uma reunião de líderes do Partido Socialista Europeu, que antecede a cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE) que hoje começa em Bruxelas, o líder do PS comentou que “esta discussão dos líderes socialistas na preparação do Conselho Europeu é da maior importância, na medida em que ocorre num momento em que os EUA fazem uma apresentação da sua estratégia de defesa nacional”, muito crítica da Europa.
“Nós entendemos que a aliança estratégica da Europa com os Estados Unidos é absolutamente decisiva para o nosso futuro, para a nossa segurança e defesa, mas, como foi afirmado pelo presidente do Conselho Europeu [António Costa], a Europa não está sob pressão e sob controlo de potências que são aliadas, mas que devem respeitar a singularidade do projeto europeu e dos seus valores fundamentais”, disse.
Apontando que “os valores fundamentais da Europa assentam num modelo de desenvolvimento baseado no conhecimento, na sustentabilidade, na inclusão e na proteção dos seus trabalhadores e do seu modelo económico”, Carneiro afirmou que “é esse modelo baseado nestes valores de coesão social, de coesão económica e de coesão territorial que inspira tantos e tantas em todo o mundo, que procuram a Europa para realizar o seu bem-estar e o seu desenvolvimento”.
“Portanto, é um modelo que se deve reafirmar, nesta altura em especial, em que se procura uma paz justa para a Ucrânia, que respeite o direito internacional e as opções do multilateralismo, e também numa altura em que a Europa tem em vista afirmar a sua autonomia estratégica em termos de segurança e defesa, em termos de autonomia económica e financeira, com recursos próprios, e também a procura da sua autonomia alimentar a par da defesa do seu modelo de coesão social, económica e territorial”, disse.
O secretário-geral do PS concluiu que a discussão agora em curso “é da maior importância, pelo relevo que tem o momento politico que se está a viver na Europa, mas também por aquilo que está previsto ser assinado no dia 20, o acordo UE-Mercosul, que tem importantes impactos futuros para a economia dos dois grandes blocos económicos e de desenvolvimento, a União Europeia e o Mercosul”.
Os líderes da UE reúnem-se a partir de hoje em Bruxelas para discutir o apoio financeiro à Ucrânia em 2026 e 2027, decidindo se aprovam um empréstimo de reparações com base nos ativos russos imobilizados, rejeitado pela Bélgica.
Numa das reuniões mais importantes do Conselho Europeu, dada a urgência para assegurar verbas a favor da Ucrânia para os próximos dois anos, os chefes de Governo e de Estado dos 27 da UE vão tentar um acordo político sobre uma das opções em cima da mesa.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, participa em Bruxelas no arranque do encontro de alto nível, que começa pelas 10h00 (hora local, menos uma hora em Lisboa) e que é visto como decisivo já que a Ucrânia fica sem financiamento disponível na próxima primavera.
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