“O incêndio destruiu cerca de 230 hectares de mato, uma zona que é o grande pulmão verde do concelho”, disse Paulo Silva à agência Lusa, adiantando que a “área ardida no concelho vizinho de Sesimbra é muito superior”.
Também em declarações à Lusa, o presidente da Câmara de Sesimbra, Francisco Jesus, admitiu que a situação no concelho, designadamente na Herdade da Apostiça, foi complicada, mas disse não ter ainda elementos concretos sobre a área ardida.
A Câmara de Sesimbra anunciou, entretanto, em comunicado, que o incêndio, que deflagrou no Seixal e que se propagou para aquele concelho, destruiu cerca de 30% do Espaço Interpretativo da Lagoa Pequena, mas salientou que a destruição ocorreu maioritariamente em zona de caniçais.
No comunicado, a autarquia sesimbrense reconhece que o Espaço Interpretativo da Lagoa Pequena é “uma das zonas mais sensíveis e importantes da região em termos ambientais”, que chegou a ser dada como perdida, mas sublinha que o “imenso trabalho dos bombeiros permitiu salvar aquele santuário natural”.
“Em termos de infraestruturas, foi afetado um passadiço, mantendo-se intactos os restantes equipamentos, entre os quais a nova torre e observatório, instalados recentemente pela autarquia. A grande mancha de pinheiros mansos da margem norte da Lagoa também só foi afetada pelo fogo na zona da Ribeira da Apostiça”, lê-se no comunicado.
O incêndio que teve início na quarta-feira na Amora, no concelho do Seixal, propagou-se para a Herdade da Apostiça, no concelho de Sesimbra, ambos no distrito de Setúbal, e só foi dado como dominado durante a última madrugada.
Num ponto de situação a meio da manhã, o Comando Sub-regional da Proteção Civil da Península de Setúbal confirmou que o incêndio provocou três feridos ligeiros entre os bombeiros – dois transportados ao Hospital Garcia de Orta, em Almada, e outro assistido no local – e que destruiu uma casa devoluta e cinco viaturas que se encontravam numa propriedade privada.
Numa nota divulgada na quarta-feira, aquele comando indicou o incêndio foi provocado por “um fogo em viatura que circulava na [autoestrada] A33 e que se propagou para uma zona de mato”.
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