Em declarações aos jornalistas durante uma visita ao Museu de Arte Contemporânea Armando Martins, em Lisboa, João Cotrim Figueiredo considerou que, com o arquivamento da averiguação preventiva à Spinumviva, são afastados um “conjunto de suspeições” sobre o primeiro-ministro, o que permite “alguma normalidade institucional”, “o que é bom para o sistema democrático”.
“A dúvida que fica é se os esclarecimentos prestados no contexto desta averiguação preventiva poderiam ter sido feitos mais cedo e evitado, não só todos estes meses de dúvidas e conversa sobre o assunto, mas também até uma crise política que ocorreu este ano”, afirmou.
Questionado se lhe parece que o caso está politicamente encerrado, o candidato presidencial, apoiado pela IL, considerou que “as dúvidas ficam encerradas”, pedindo que se confie no trabalho feito pelo Ministério Público (MP).
“Se não encontrou indícios, não encontrou indícios e o assunto está encerrado desse ponto de vista”, considerou.
Sobre as críticas de Luís Montenegro ao MP, que acusou de ter promovido uma averiguação preventiva que, “na prática, foi um autêntico inquérito criminal”, Cotrim Figueiredo considerou que “críticas ao MP são sempre muito perigosas na boca de responsáveis políticos”.
“Eu sou o primeiro a dizer que a comunicação do MP poderia ser sempre mais proativa e mais clarificadora, mas nunca ponho em causa os próprios métodos e atuação do MP em si”, afirmou.
Num dia em que começa uma cimeira do Conselho Europeu que deverá decidir a ratificação do acordo comercial com os países do Mercosul e se são utilizados ativos russos congelados na União Europeia para financiar a Ucrânia, João Cotrim Figueiredo, que é também eurodeputado, disse ter esperança de que, nesta reunião, “a Europa dê alguma evidência de que está gradualmente a ultrapassar os seus atavismos, imobilismos, hesitações”.
“No caso da Ucrânia, a mobilização de ativos russos é absolutamente essencial, não só para financiar os esforços de guerra e de reconstrução na Ucrânia, mas para mostrar a Putin que a Europa é capaz de agir coesamente e sem medo”, defendeu.
Precisamente a um mês da primeira volta das eleições presidenciais, que se realiza em 18 de janeiro, Cotrim Figueiredo defendeu que, após dois meses de campanha, a sua candidatura é a “única que transcendeu claramente o espaço político de que é originário” e ganhou uma “dinâmica de vitória, de entusiasmo e crescimento que mais nenhuma tem”.
“A minha expectativa é que, neste último mês, continue esse crescimento e se confirme aquilo que eu desde o princípio disse: que chegarei à segunda volta, porque os portugueses merecem votar na primeira escolha para chegar à segunda volta”, afirmou.
Questionado sobre como é que tenciona chegar a um eleitorado mais velho, tendo em conta que, até ao momento, as sondagens indicam que está sobretudo a ter sucesso junto dos mais jovens, Cotrim Figueiredo frisou que tem procurado “levantar temas que têm mais a ver com gerações menos jovens” e apelado aos mais novos para também tentarem convencer a sua família.
“Eu não acredito numa sociedade que ache que há problemas específicos dos jovens, específicos de idosos. Todos os problemas que afetam os nossos vizinhos, os nossos familiares, são problemas nossos e, portanto, ao tentar resolver algumas questões normalmente mais associadas aos jovens, estou a dizer que as gerações mais velhas têm a obrigação de deixar um país pelo menos tão bom quanto o encontraram”, disse.
Leia Também: “Cotrim Figueiredo prega política com nível, mas pratica baixa política”