Perante as ausências de Cabo Verde, único representante lusófono do continente que se qualificou para o Campeonato do Mundo de 2026, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe, Moçambique e Angola sobressaem em atletas oriundos de emblemas lusos, com seis e três, respetivamente, segundo as convocatórias reveladas até sábado pelas federações.
Os ‘mambas’ chamaram o defesa direito Diogo Calila (Santa Clara) e os dianteiros Geny Catamo (Sporting) e Witi (Nacional), todos envolvidos na I Liga, e o médio Keyns Abdala (Desportivo de Chaves B), proveniente do Campeonato de Portugal (CP), quarto escalão nacional, enquanto o guarda-redes Kimiss Zavala e o ponta de lança Chamito competem geralmente pelas equipas sub-23 de Marítimo e Académico de Viseu na Liga Revelação.
Moçambique integra o Grupo F, ao lado do Gabão, dos Camarões, vencedores por cinco vezes, e da Costa do Marfim, tricampeã e atual detentora do troféu, que elegeu o defesa central Ousmane Diomande (Sporting) e o lateral esquerdo Ghislain Konan (Gil Vicente).
A par dos bicampeões portugueses, os gilistas ficarão sem dois jogadores nas próximas semanas devido à CAN, com o central Jonathan Buatu a ladear o defesa canhoto Pedro Bondo (Famalicão) e o centrocampista Beni Mukendi (Vitória de Guimarães) em Angola.
Inseridos na ‘poule’ B, os ‘palancas negras’ têm pela frente o Egito, recordista de troféus, com sete, a Zâmbia e a África do Sul, campeã por uma ocasião e de Sphephelo Sithole, médio do Tondela, que disponibilizou também o lateral esquerdo Rémy Vita às Comores.
Os comorianos têm ainda Iyad Mohamed, centrocampista do Casa Pia, sendo opositores no Grupo A do anfitrião Marrocos e da Zâmbia, ambos com uma conquista, e do Mali, do central Sikou Niakaté (Sporting de Braga) e do defesa esquerdo Amadou Danté (Arouca).
Três vezes vencedora, a Nigéria recrutou Zaidu ao FC Porto, líder isolado da I Liga, num torneio em que enfrentará a Tunísia, com um troféu, o Uganda e a Tanzânia na ‘poule’ C.
Já no Grupo D, o médio Dokou Dodo, do ‘secundário’ Leixões, foi convocado pelo Benim para encarar o Senegal, triunfante em uma edição, o Botsuana e a RD Congo, bicampeã africana e possível oponente de Portugal no Mundial, caso vença a Nova Caledónia ou a Jamaica no primeiro trajeto da dupla repescagem intercontinental, em março, no México.
A ‘poule’ E é a única sem jogadores provenientes de clubes lusos, apesar de ter a Guiné Equatorial, um dos seis Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), que se cruzará com a Argélia, detentora de dois sucessos, o Sudão, com um, e o Burkina Faso.
Ao contrário de 2021 e 2023, a principal competição africana de seleções não conta com treinadores portugueses e volta a concentrar 24 seleções, qualificando os dois primeiros colocados dos seis agrupamentos e os quatro melhores terceiros para os oitavos de final.
Substituto da Guiné Conacri, que tinha sido escolhida como país-sede da 35.ª edição da CAN, mas perdeu essa condição por razões estruturais, Marrocos repetirá a condição de anfitrião tomada em 1988, antes de coorganizar o Mundial2030 com Portugal e Espanha.
O torneio bienal não tem estreantes e está privado do tetracampeão Gana, terceiro mais titulado do palmarés, coincidindo pela primeira vez com o período de Natal e Ano Novo, face à realização do renovado Mundial de clubes no verão passado, nos Estados Unidos.
Por indicação da FIFA, e de maneira a diminuir o impacto nos clubes e nas seleções, os convocados para a CAN terão de ser dispensados pelas suas equipas até segunda-feira.