Dois dos turistas agredidos por seguranças na discoteca Lisboa Rio, no Cais do Sodré, nas noites de 20 e 27 de abril, tiveram de ser internados devido aos ferimentos. Em comunicado, a Polícia de Segurança Pública (PSP) explicou que estão em causa dois casos diferentes e que dois dos seis homens, detidos na última quarta-feira, 7 de maio, foram entretanto libertados.
O primeiro caso de agressões aconteceu a 20 de abril, quando cinco cidadãos de nacionalidade inglesa foram impedidos de entrar na discoteca pelos seguranças. Durante um breve diálogo entre os turistas e os vigilantes, um dos seguranças deu um soco na face a um dos britânicos, “sem que nada o fizesse prever”.
Logo a seguir, de acordo com o comunicado da PSP, apareceram “mais cinco ou seis indivíduos, possivelmente seguranças daquele estabelecimento”, que atacaram o grupo de cinco amigos com vários socos e pontapés.
Na sequência das agressões, uma das vítimas ficou com hematomas e escoriações em todo o corpo e outra chegou a fraturar a tíbia e perónio, precisando de ser internado e submetido a uma cirurgia ortopédica e maxilo-facial. Ainda está internado, há mais de duas semanas.
Sete dias depois, na mesma discoteca, dois amigos que tinham estado cerca de dez minutos no interior do espaço de diversão noturna foram barrados pelos seguranças à saída. Os homens afirmaram, numa “troca de palavras ocorrida sempre em inglês”, que a dupla teria de pagar um consumo mínimo de 30 anos.
Os dois amigos recusaram pagar, argumentando que “apenas tinham bebido uma cerveja e que ninguém lhes explicou o consumo mínimo”. Insatisfeitos, três seguranças cercaram as vítimas e deram socos a uma delas, seguidos de uma “gravata ao pescoço, projetando-o no chão”. Depois das agressões, o homem foi levado por dois dos seguranças até à zona de pagamento, onde foi coagido a pagar os 30 euros com o cartão multibanco.
O amigo, que tinha ido à casa de banho, foi abordado por um segurança no regresso com um soco na face que o fez cair ao chão, de onde foi levantado por dois vigilantes, que o mantiveram preso e o forçaram também a pagar.
Já na zona de pagamentos, esta segunda vítima foi “manietada com uma chave por um segurança”, que lhe deu ainda uma cotovelada e agarrou-o na cabeça, forçando-a a vários embates contra o balcão.
Assim que conseguiram que os pagamentos fossem feitos, os seguranças empurraram as vítimas para fora da discoteca. Ambos ficaram com hematomas na zona da face e cabeça e um deles teve o braço fraturado, precisando de ser internado e submetido a uma cirurgia.
Dois dos seis detidos estão em liberdade, tendo apenas ficado sujeitos a apresentações bissemanais e proibição do exercício de funções. Os outros quatro, do primeiro processo, ficarão a saber, durante este sábado, as medidas de coação.
No mesmo comunicado, a PSP avisa que se tem registado “ocorrências de extrema violência” nas zonas de diversão noturna que resultaram em ferimentos graves, comprometendo a “capacidade de trabalho das vítimas” e afetando de “forma significativa as suas vidas pessoais, profissionais e financeiras”.
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