“Duas crianças que tinham sido afetadas já voltaram à escola, o que é de salientar”, referiu à Lusa o presidente da Câmara Municipal de Azambuja, Silvino Lúcio (PS), referindo-se a duas alunas que estiveram internadas no Hospital de Vila Franca de Xira.
Na terça-feira à tarde, um aluno da Escola Básica 1, 2 e 3 de Azambuja, no distrito de Lisboa, esfaqueou seis colegas com idades entre os 11 e os 14 anos, tendo um deles, uma menina, ficado em estado grave.
Um dia após este incidente, na quarta-feira, a escola reabriu, mas 130 não compareceram às aulas, um cenário que já não se verificou com essa dimensão hoje, segundo indicou o autarca de Azambuja.
” O ambiente está sereno e calmo. Ontem [quarta-feira] tivemos uma quebra de 130 alunos. Hoje esse número baixou para 34 alunos em falta. Alguns já faltavam com alguma reincidência”, apontou.
Silvino Lúcio referiu que a Câmara de Azambuja enviou na quarta-feira uma mensagem para todos os encarregados de educação daquele estabelecimento escolar, para “inspirar confiança na escola”.
“Com certeza que os pais refletiram e deixaram os seus filhos ir para a escola, o que foi muito bom”, sublinhou.
O autarca disse ainda que já tentou contactar os encarregados de educação do aluno, de 12 anos, que provocou os ferimentos nos colegas, mas que até ao momento “não teve sucesso”.
“Vou tentar falar novamente com a mãe, que é o único contacto que tenho, também para lhe dar uma palavra de conforto e de apoio, que também devem precisar, com certeza”, apontou.
Após o crime, o aluno, “detido em flagrante”, foi mantido numa sala de aula e ficou à guarda de elementos da GNR até ser interrogado pela Polícia Judiciária, que também realizou perícias no local.
Após o interrogatório, o aluno foi levado para um hospital “para avaliação psicológica”, encontrando-se suspenso preventivamente da escola, segundo indicou na quarta-feira fonte do Ministério da Educação.
Entretanto, na quarta-feira, a Procuradoria-Geral da República (PGR) disse à Lusa que foi aberto um inquérito tutelar educativo ao aluno, que corre termos no Ministério Público de Vila Franca de Xira.
A lei portuguesa prevê que possa ser aberto um inquérito tutelar educativo quando estão em causa factos qualificados como crime e praticados por menores entre os 12 e os 16 anos.
Relativamente à situação clínica das vítimas que permanecem hospitalizadas, fonte do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, disse à Lusa que a criança que se encontrava ali internada em estado grave já teve alta clínica.
Já fonte da Unidade Local de Saúde do Estuário do Tejo informou que uma das duas crianças que estão internadas no Hospital de Vila Franca de Xira vai ter alta hoje.
A mesma fonte previu que a outra criança possa ter alta na sexta-feira.
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