Numa nota publicada na rede social Facebook, o agrupamento diz ter recebido “relatos alarmantes” dos coordenadores dos estabelecimentos de ensino, de alunos com “dores de cabeça e sintomas como falta de ar, o que tem gerado grande inquietação entre os pais e a comunidade escolar”.
“A saúde e o bem-estar das nossas crianças são nossa prioridade e a situação atual é insustentável”, indica.
O agrupamento acrescenta ainda ter recebido, pelas 15:00, indicação das entidades para “encerrar de imediato todas as escolas”, com vista a proteger a saúde das crianças e profissionais, situação que se manterá na quarta-feira.
Questionada pela Lusa, a Câmara de Vila Nova de Gaia disse não ter determinado o encerramento de qualquer escola e discordar dessa medida.
“Apelamos a que sejam diminutas as interações de recreio, mas estamos convictos de que as crianças e os jovens estão bem protegidos na escola, não criando problemas adicionais às famílias e garantindo o devido enquadramento. Apenas se excetuam deste raciocínio se houvesse escolas com incêndios nas imediações, o que não é o caso. As escolas e os agrupamentos agiram no âmbito das suas competências, mas sem qualquer contacto, muito menos aval, da Câmara Municipal”, acrescentou.
Também contactada pela Lusa, a Câmara do Porto disse não ter recomendado o encerramento de nenhum equipamento escolar, mas recomendado a permanência das crianças no interior das salas de aula, sem saídas para o recreio e a utilização de máscaras.
Em Gondomar, todos os estabelecimentos de ensino do Agrupamento de Escolas à Beira Douro vão permanecer encerrados na quarta-feira, assim como os estabelecimentos de ensino do pré-escolar e primeiro ciclo do ensino básico do Agrupamento de Escolas n.º 1 de Gondomar, à exceção da Escola Secundária de Gondomar, e duas escolas do Agrupamento de Escolas de Júlio Dinis.
Sete pessoas morreram e 40 ficaram feridas, duas com gravidade, nos incêndios que atingem desde domingo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real e Viseu, e que destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas, como a A1, A25 e A13.
A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 62 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro, atingidas pelos incêndios desde o fim de semana, já arderam 47.376 hectares.
Segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), na terça-feira, às 20h00, havia ainda 64 incêndios em curso, dos quais 30 considerados ocorrências significativas, que envolviam 3.888 operacionais, apoiados por 1.208 meios terrestres. No total, abrangendo ocorrências em resolução e não significativas, estavam no terreno 6.041 operacionais e 1.837 meios terrestres.
O Governo já declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias.
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