“Seguiremos os passos da implementação do acordo e, se houver alguma violação, massacre ou cerco israelita, estaremos imediatamente prontos para prestar apoio militar ao povo palestiniano”, disse Abdel Malek al-Huthi, num longo discurso transmitido pelo canal de televisão dos rebeldes xiitas pró-iranianos.
Em 15 meses de guerra entre as forças israelitas e o Hamas, os Huthis, que controlam a capital iemenita Sanaa, dispararam vários mísseis e ‘drones’ contra Israel e alvejaram navios supostamente ligados a interesses israelitas ao largo da costa do Iémen, afirmando agir em solidariedade com os aliados palestinianos.
“O inimigo israelita não conseguiu atingir os seus objetivos declarados e falhou miseravelmente em recuperar os seus prisioneiros sem um acordo de troca”, sustentou o líder rebelde iemenita.
A trégua, anunciada na quarta-feira pelos mediadores Qatar e Estados Unidos, deverá entrar em vigor no domingo e prevê, numa fase inicial de seis semanas, a libertação de 33 reféns mantidos pelo Hamas, em troca de centenas de prisioneiros palestinianos em cadeias israelitas.
No entanto, à medida que surgem divergências sobre o conteúdo do acordo dentro do Governo israelita, o gabinete do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, acusou o Hamas de protelar as conversações ao renegar certos pontos do entendimento, o que o movimento islamita negou firmemente.
O acordo ainda tem de ser aprovado por votação no executivo israelita.
Perante os ataques dos Huthis, Israel atingiu vários alvos rebeldes dentro do Iémen, principalmente em Sanaa, e ameaçou neutralizar os seus líderes.
Os Estados Unidos também realizaram ataques no Iémen, por vezes com ajuda britânica, alegando que estão a defender a navegação no Mar Vermelho e no Golfo de Áden, uma zona marítima essencial para o comércio global.
O conflito em curso na Faixa de Gaza foi desencadeado por um ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que fez cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.
Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou quase 47 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.
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