Iraque investiga erro que colocou Hezbollah e Huthis na lista de sanções

O gabinete de Mohammad Shia al-Sudani detalhou, em comunicado divulgado na rede social Facebook, que a investigação deve “identificar os responsáveis” pela medida e “responsabilizar as partes negligentes pelo erro”.

 

“A decisão incluiu linguagem que não reflete a situação factual, dado que a aprovação do congelamento de bens pelo Iraque, com base num pedido das autoridades malaias, se limitou estritamente a entidades e indivíduos afiliados às organizações terroristas Estado Islâmico e Al-Qaeda”, pode ler-se.

A declaração foi publicada depois de o banco central iraquiano ter anunciado o congelamento de “todos os bens móveis, imóveis e financeiros” do Hezbollah, milícia xiita libanesa, e os rebeldes Huthis do Iémen pela sua “participação em ataques terroristas”.

Pouco depois, o comité do banco central emitiu um esclarecimento afirmando que o congelamento de bens afeta “entidades e indivíduos associados ao Estado Islâmico e à Al-Qaeda”.

“Esta lista incluía várias partes e entidades que não têm ligações com as organizações mencionadas nem realizam atividades terroristas em conjunto com as mesmas”, referiu o organismo, numa referência implícita ao Hezbollah e aos Huthis, que se opõem ao Estado Islâmico e à Al-Qaeda e não têm qualquer relação ou ligação operacional com estes.

A inclusão destas entidades na lista deveu-se “ao facto de ter sido publicada antes de ser revista”, detalhou ainda.

O gabinete do primeiro-ministro enfatizou também na sua nota que “o governo iraquiano reitera que a sua posição política e humanitária contra a agressão contra os povos do Líbano e da Palestina é firme e inabalável”, acrescentando que “estas posições representam a vontade coletiva do povo iraquiano em todas as suas vertentes, apoiando o direito das nações irmãs à liberdade e a uma vida digna na sua pátria”.

“Nenhum detrator ou voz ilegítima pode questionar a firmeza do Governo iraquiano na sua defesa dos direitos históricos dos povos indígenas, o seu apoio a estes, a sua oposição à ocupação, à agressão, ao genocídio e à deslocação forçada, e a sua rejeição de todos os atos de violência que a comunidade internacional não conseguiu confrontar”, concluiu o gabinete de Al-Sudani.

A publicação no Diário Oficial em 17 de novembro foi amplamente criticada, sobretudo por figuras políticas pró-Irão, num país que há anos mantém um equilíbrio delicado com os seus aliados iranianos e norte-americanos, que são inimigos.

Hussein Mounes, líder do bloco parlamentar próximo do poderoso movimento armado Kataib Hezbollah, acusou o Governo de ser fraco e “sem dignidade”.

O movimento, juntamente com outros grupos armados iraquianos, faz parte do “eixo da resistência” – grupos armados apoiados por Teerão e hostis a Israel – como o Hezbollah e os Huthis. A maioria é considerada organização terrorista pelos Estados Unidos.

Washington, que pressiona as autoridades libanesas para desarmar o Hezbollah, também quer cortar o seu financiamento.

Os norte-americanos também têm instado o Iraque há algum tempo a desarmar os seus grupos apoiados pelo Irão e a distanciar-se da influência iraniana.

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Fonte: www.noticiasaominuto.com

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