O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, explicou, este domingo, por que motivo mandou retirar um retrato de Margaret Thatcher do seu gabinete no número 10 de Downing Street e, afinal, não tem nada a ver com gostar ou não da antiga governante britânica.
A notícia de que Starmer se tinha “livrado” do quadro de Thatcher, encomendado em 2009 e avaliado em 100 mil libras (cerca de 118 mil euros), surgiu no final do mês passado, menos de dois meses após ter tomado posse. Na altura, foi acusado de “absoluta mesquinhez” pela oposição.
Este domingo, em entrevista à BBC, revelou que, “na verdade, isto não tem nada a ver com Margaret Thatcher”. E explicou: “Não gosto de imagens e fotografias de pessoas a olhar para baixo. Descobri isso quando era advogado. Costumava ter uma espécie de fotografias de juízes. Não gosto disso. Gosto de paisagens”.
“Este é o meu escritório, o meu sítio privado onde vou trabalhar, não queria uma fotografia de ninguém. Como advogado, as pessoas tentam persuadir-me de que preciso de fotografias de juízes a olhar para mim o tempo todo. Não gostava disso. E não gosto mais quando se trata de políticos”, acrescentou.
“I don’t like pictures of people staring down at me… I like landscapes”
Prime Minister Keir Starmer tells #BBCLauraK about his decision to remove a portrait of Margaret Thatcher from the Downing Street studyhttps://t.co/fKVNbPX6oP pic.twitter.com/SOXcdHYDG2
— BBC Politics (@BBCPolitics) September 8, 2024
Segundo o próprio, a regra está também presente na decoração da sua casa, onde só estão expostas fotografias dos seus filhos e “dos gatos”. “Posso tolerar o Thierry Henry na parede, mas é o mais longe que vou”, disse ainda, referindo-se a um antigo avançado do Arsenal, clube do qual é adepto.
Em causa está um retrato de Margaret Thatcher pintado por Richard Stone e encomendado em 2007 pelo então primeiro-ministro britânico, Gordon Brown.
Segundo o The Guardian, Brown convidou a conhecida ‘Dama de Ferro’ para tomar chá em Downing Street pouco tempo após ter sucedido a Tony Blair e contou-lhe sobre a intenção de encomendar o retrato. Foi a Margaret Thatcher própria que escolheu as joias e os botões que aparece a usar na obra.
Leia Também: Starmer em Dublin para Irlanda e Reino Unido iniciarem uma “nova era”