Sob o lema ‘Enfrentar a desumanização, e como objetivo de refletir sobre o caminho feito desde um encontro similar realizado em 2014, o Papa disse que “deve haver mais impostos sobre os milionários”.
A justificar a pretensão, argumentou: “Se essa percentagem tão pequena de bilionários que tem a maior parte da riqueza do planeta for incentivada a dividi-la, não como esmola, mas fraternalmente, que bom que seria. E que justo seria para todos”.
Durante a sua intervenção, Francisco também recusou frontalmente o sistema económico atual: “Enquanto não se resolverem os problemas dos pobres, não se resolverão os problemas do mundo”.
A este propósito, acentuou: “Os pobres não podem esperar”.
Da mesma forma, criticou “o silêncio da indiferença que permite o rugido do ódio” e que — ao calar-se perante a injustiça — “abre caminho à divisão social, divisão social à violência verbal, a violência verbal à violência física e a violência física à guerra de todos contra todos”.
Disse também, de forma crítica, que “a disputa para ter mais e mais dinheiro não é uma força criativa, mas sim uma atitude doentia e um caminho para a perdição”.
Neste sentido, apontou ainda que “essa conduta irresponsável, imoral e irracional está a destruir a criação e a dividir os povos. Não deixemos de a denunciar. Isto não é comunismo; é Evangelho puro. Não é o Papa; é Jesus”.
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