“Às 12:06 (04:06 GMT), o barco filipino n.º 9701 colidiu deliberadamente com o navio chinês 5205”, disse o porta-voz da guarda costeira chinesa, Liu Dejun, citado pela televisão estatal CCTV.
O incidente ocorreu durante uma patrulha nas águas que rodeiam o recife de Xianbin, conhecido nas Filipinas como Sabina, disse o porta-voz, criticando o barco filipino por uma atitude “pouco profissional e perigosa”.
Este recife, localizado a 140 quilómetros a oeste da ilha filipina de Palawan e a 1.200 quilómetros da ilha chinesa de Hainan, tem sido palco de vários incidentes nos últimos dias.
No domingo passado, Manila acusou navios chineses de abalroar um barco de pesca filipino e de usar canhões de água contra a embarcação perto do recife.
O porta-voz Liu Dejun reiterou que “a China exerce uma soberania indiscutível” nesta área.
Pequim reivindica, por razões históricas, quase todas as ilhotas do mar do Sul da China, enfrentando outros países vizinhos além das Filipinas, como o Vietname, Brunei e Malásia, com reivindicações contrárias.
Desde a chegada ao poder, em 2022, do Presidente filipino, Ferdinand Marcos Jr., Manila tem afirmado com mais firmeza as suas reivindicações de soberania sobre determinados recifes disputados, enfrentando Pequim, que não pretende ceder às exigências.
Os confrontos entre os dois países multiplicaram-se nos últimos meses, também em torno do atol Second Thomas.
Soldados filipinos estão aí estacionados num navio militar que foi deliberadamente encalhado por Manila, em 1999, para fazer valer as suas reivindicações de soberania.
Este confronto China-Filipinas alimenta receios de um potencial conflito que poderá levar à intervenção dos Estados Unidos da América devido ao seu tratado de defesa mútua com Manila.
O secretário da Defesa das Filipinas acusou na segunda-feira a China de ser “o maior perturbador” da paz no Sudeste Asiático e apelou para uma censura internacional mais forte contra Pequim.
Gilberto Teodoro Jr. falava numa conferência militar internacional organizada em Manila, tendo depois acrescentando aos jornalistas que as declarações internacionais de preocupação contra as ações da China em águas disputadas e noutros locais “não eram suficientes”.
“O antídoto é uma ação multilateral coletiva mais forte contra a China”, disse Teodoro, afirmando que os diplomatas e as autoridades de defesa deveriam aplicar medidas mais fortes.
O mar do Sul da China recebe cerca de 30% do comércio global e abriga 12% dos pesqueiros mundiais, além de possuir potenciais depósitos de petróleo e gás.
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