O primeiro-ministro, Luís Montenegro, assinalou, esta segunda-feira, que Portugal “está fortemente empenhado em ser uma parte ativa da valorização da estratégia” da NATO, na sequência de uma reunião com o secretário-geral da Aliança Atlântica, Mark Rutte.
“Portugal está, nesta ocasião, fortemente empenhado em ser uma parte ativa da valorização da estratégia da nossa aliança”, disse o chefe do Governo, em conferência de imprensa.
O responsável apontou que estas palavras serão transportas “em compromissos efetivos, que deem a toda a opinião pública e a todo o mundo uma expressão deste sentido de unidade e de compromisso”.
Montenegro recordou, por isso, que na anterior Cimeira da NATO, que ocorreu em Washington, nos Estados Unidos, reforçou perante “todos os aliados a antecipação” do compromisso de Portugal em alcançar 2% do PIB em despesa no setor da defesa, o que se traduz “num esforço financeiro grande”.
“A antecipação de um ano, para 2029, deste objetivo requer uma aceleração de uma trajetória que, infelizmente, nos últimos anos, teve como resultado nem sempre conseguirmos atingir o objetivo. […] Mas, em Portugal, há um forte compromisso do Governo e das demais forças políticas, em particular do principal partido da oposição, em poder salvaguardar este nosso objetivo”, disse.
O primeiro-ministro deu ainda conta de que este objetivo se trata de “uma forma de tornarmos a nossa economia mais dinâmica”, apontando que, tendo em conta a conjetura internacional, é “inevitável que este objetivo seja crucial para manter a integralidade da Europa, para manter projetos políticos vivos, como desde logo o projeto da União Europeia e da Aliança Atlântica”.
“Se ficarmos nas mãos de entidades externas à nossa Aliança, ao nosso espaço europeu, por um lado ficamos mais dependentes, e sempre sujeitos à boa-vontade desses nossos parceiros, e não aproveitamos para tornar a nossa economia mais dinâmica, para gerar mais empregos, mais valor”, elencou.
Montenegro apontou ainda, em nome do Governo, estar “disponível para antecipar ainda mais o calendário na trajetória de evolução de investimento nesta área”, ainda que essa ação dependa do que o Executivo seja “capaz de fazer internamente”.
“Temos uma task-force que está a finalizar o trabalho, com vista a tornar mais atrativo e exequível o projeto de reforço da nossa capacidade produtiva e industrial. Mas temos consciência de que, na Europa, não estamos sozinhos, nem devemos estar sozinhos. Por isso, teremos de conformar este caminho com as perspetivas da Aliança Atlântica e da UE. A questão não é apenas da NATO, é também da Europa”, indicou.
O responsável foi mais longe, tendo apontado que “será um erro para a Europa duplicar, triplicar ou quadruplicar investimentos no seu próprio espaço”.
“Temos todo o interesse em estreitar o nosso relacionamento com os EUA e temos todo o interesse em conformar a nossa estratégia com a estratégia NATO como um todo, mas a Europa terá de o fazer sempre, independentemente do que acontecer relativamente à política interna norte-americana e às suas repercussões no âmbito externo”, disse.
[Notícia em atualização]
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