Estas explosões causaram, pelo menos, 37 mortos e cerca de três mil feridos.
“Estes ataques violam o direito à vida, na ausência de qualquer indício sobre uma ameaça letal iminente para qualquer outra pessoa nesse momento”, indicaram os peritos em comunicado, onde realçaram que entre os mortos estão um menino e uma menina, além de trabalhadores do setor da saúde.
Estima-se ainda que cerca de 500 pessoas sofreram graves lesões oculares, entre as quais o embaixador do Irão no Líbano, Mojtaba Amani.
Os relatores solicitaram uma “investigação rápida e independente para apurar a verdade e permitir a prestação de contas necessária pela realização destes delitos de assassínios” e expressaram “a mais profunda solidariedade às vítimas destes ataques”.
“No momento dos ataques não havia forma de saber quem tinha cada dispositivo e quem estava próximo”, adiantaram, apontando que estes ataques “violam inevitavelmente o Direito Humanitário” dada a sua arbitrariedade, entre outras questões, “por não se poder verificar cada objetivo nem distinguir os civis”.
Em particular, apontaram que “estes ataques podem constituir crimes de guerra”, salientando que o Direito Internacional proíbe o uso de armas ocultas ou “disfarçadas de objetos portáteis aparentemente inofensivos quando estão especialmente concebidas e construídas com explosivos”.
Disseram que são “armadilhas explosivas” ilegais.
Os relatores esclareceram que cometer “atos violentos destinados a semear o terror entre a população civil, inclusive para a intimidar ou dissuadir de apoiar um adversário também +é crime de guerra”.
No seu texto, os relatores reclamaram uma investigação “rápida, eficaz, exaustiva, imparcial e transparente” sobre os ataques, para a qual se disponibilizaram a ajudar.
“Os Estados devem levar à justiça os que ordenaram e executaram estes ataques, inclusive no âmbito da jurisdição universal sobre crimes de guerra”, especificaram.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, criticou o caráter indiscriminado dos ataques, evidenciado pelas explosões registadas em locais estranhos ao âmbito militar ou com muita afluência e pessoas.
Israel ainda não se pronunciou sobre estes ataques.
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