Sindicato alemão da polícia federal avisa estar “no limite de pessoal”

 

 

“Deve ficar bem claro que não haverá um controlo total. Mesmo controlos como os da fronteira oriental, que tivemos durante muitos meses e anos, não podem existir nem existirão”, sublinhou Andreas Rosskopf, presidente do GdP, ao canal de televisão alemão SWR.

“Isto significa que os controlos fixos serão a exceção e que teremos de funcionar de forma flexível. Estamos efetivamente no limite em termos de pessoal e de equipamento”, apontou.

A Alemanha anunciou na semana passada que os controlos em vigor na fronteira com a Áustria desde 2015, e desde o ano passado com a Polónia, a República Checa e a Suíça, seriam estendidos a partir de hoje a França, Luxemburgo, Bélgica, Países Baixos e Dinamarca durante seis meses.

Segundo o ministério federal do Interior, os controlos são aleatórios, isto é, nem todos os que atravessam as fronteiras terrestres com a Alemanha serão parados, mas todos devem estar preparados para que isso aconteça.

“Em coordenação com as autoridades parceiras na Alemanha e no estrangeiro, a Polícia Federal esforçar-se-á por garantir que estes controlos tenham o menor impacto possível na vida quotidiana dos trabalhadores, no comércio e nas viagens”, garantiu uma porta-voz ao canal de televisão ntv.

Os viajantes e as pessoas que se deslocam para o trabalho terão de ser portadores de um documento de identidade, como um bilhete de identidade ou um passaporte, mas isto aplica-se de qualquer forma às viagens transfronteiriças.

Nos controlos já existentes, não houve um colapso no tráfego fronteiriço, mas algumas perturbações. No estado de Meclemburgo-Pomerânia Ocidental, por exemplo, não foram comunicados atrasos significativos nas passagens de fronteira de e para a Polónia de acordo com a Associação Estadual de Transportes desta região, citada pela ntv.

Contactadas pela lusa, três pessoas que atravessaram esta manhã a fronteiras da Alemanha com o Luxemburgo e os Países Baixos admitiram não ter enfrentado problemas e atrasos na circulação.

A medida de controlo de fronteiras tem como objetivo travar a migração e “proteger o país contra os graves perigos colocados pelo terrorismo islâmico e pela criminalidade grave”, sublinhou a ministra do Interior, Nancy Faeser.

A ministra alemã confirmou ainda que está a ser estudada a fórmula jurídica que permitirá no futuro realizar “rejeições massivas” de imigrantes irregulares no quadro jurídico da UE.

De acordo com a polícia federal, entre janeiro e julho de 2024, 34 mil pessoas tentaram entrar na Alemanha. Cerca de 17 mil foram impedidas de entrar diretamente na fronteira. A outra metade foi autorizada a entrar e está a ser tratada ao abrigo do Regulamento de Dublin.

Em comparação, no ano passado, a polícia federal deteve 127 mil pessoas na fronteira que pretendiam entrar na Alemanha sem autorização. Um quarto foi impedido de entrar diretamente na fronteira. 

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Fonte: www.noticiasaominuto.com

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