SOS Racismo apela a combate à violência xenófoba contra migrantes

Num comunicado hoje divulgado, a associação manifesta “crescente preocupação com a normalização de discursos anti-imigração no espaço público, com a presença cada vez mais frequente de grupos violentos de extrema-direita em manifestações e outras ações e o seu consequente desrespeito pelos valores fundamentais da democracia”.

 

“Em especial, denunciamos a violência de grupos nazis como o denominado Grupo 1143 ou o Habeas Corpus, que, com a passividade das autoridades competentes, têm perseguido e ameaçado várias pessoas, quer em privado, quer em eventos públicos”, acrescenta.

A tomada de posição da associação SOS racismo surge na sequência de agressões a cidadãos migrantes no Porto, na madrugada de dia 10, nomeadamente a dois estrangeiros atacados com uma arma branca, um dos quais acabou por ser internado nos cuidados intensivos com “graves ferimentos no tórax”.

Segundo o comunicado, o suspeito, um homem de 26 anos, já foi detido pela Polícia Judiciária, acusado de tentativa de homicídio qualificado, discriminação, incitamento ao ódio e roubo.

“Embora vários responsáveis políticos tenham vindo afirmar que episódios de violência com estas características são casos isolados, não podemos mais acolher esta perspetiva falsamente pacificadora”, lamentou o SOS Racismo, reiterando o seu “veemente repúdio por esta sequência de ataques racistas contra pessoas migrantes”.

De acordo com a associação de combate ao racismo, nos últimos dias, o “grupo nazi 1143 tem ameaçado várias pessoas na cidade de Guimarães, em ações violentas consecutivas de preparação de mais outra manifestação destinada a propagar mensagens de ódio”.

Assinalando que outros episódios destes continuarão a surgir, o SOS Racismo apelou a “uma tomada de posição clara e responsável por parte dos decisores políticos, instando à implementação de medidas eficazes de prevenção e combate a todos os atos de violência racista e xenófoba”.

Simultaneamente, solidariza-se com as vítimas e “espera que as entidades policiais e judiciais atuem com a devida celeridade e rigor”.

“É essencial garantir que Portugal seja um país seguro para todas as pessoas que escolhem fazer dele o seu lar. A visão utilitarista das pessoas migrantes, que muitas vezes é empregada como retórica eleitoral, deve ser acompanhada de ações concretas que promovam uma efetiva inclusão e assegurem as condições necessárias para uma cidadania plena e digna, num país social e culturalmente diverso”, sublinham.

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Fonte: www.noticiasaominuto.com

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