Taiwan detém 25 alegados membros de grupo ligado a fraudes no Camboja

Num comunicado, a Procuradoria Distrital de Taipé do Ministério Público (MP) de Taiwan disse que os bens apreendidos incluem 11 casas, 48 lugares de estacionamento, 26 veículos de luxo e 60 contas bancárias ligadas ao grupo Prince.

 

Este conglomerado, com sede no Camboja e cujo presidente, o empresário Chen Zhi, é procurado pelos Estados Unidos, foi alvo de uma investigação sobre branqueamento de capitais, crime organizado, jogo e fraude em Taiwan.

Em setembro, os Estados Unidos (EUA) e o Reino Unido impuseram sanções conjuntas contra o conglomerado e Chen Zhi, após a maior apreensão de criptomoedas da história, com mais de 13 mil milhões de euros em Bitcoin confiscados.

Os EUA acusam Chen de comandar um império criminoso, forçando centenas de vítimas de tráfico humano a cometerem burlas online “a uma escala industrial” a partir de complexos fechados, semelhantes a prisões, no Camboja.

Os Estados Unidos sancionaram nove empresas taiwanesas e três cidadãos taiwaneses, o que levou Taiwan a lançar uma investigação às operações do grupo Prince na ilha.

Após duas semanas de recolha de provas, foram realizadas na terça-feira buscas em 47 locais, incluindo as residências de altos executivos e membros do grupo, resultando na detenção de 25 suspeitos e no depoimento de dez testemunhas.

“O grupo Prince, liderado por Chen, esteve envolvido em fraudes no Camboja e estabeleceu uma vasta rede de negócios em vários países para realizar operações de branqueamento de capitais (…). A investigação está em curso para esclarecer todos os factos”, concluiu o MP.

Em declarações divulgadas pela agência de notícias pública taiwanesa CNA, o ministro do Interior de Taiwan, Liu Shyh-fang, explicou hoje que o país está a cooperar com o Departamento de Justiça e o Departamento do Tesouro dos EUA na investigação de redes internacionais de fraude, especialmente no caso de Chen Zhi, que viajou para a ilha em “diversas ocasiões”.

O ministro afirmou que, como Chen tem “múltiplas nacionalidades” e não utilizou o passaporte do Camboja quando entrou em Taiwan, tem sido difícil determinar o paradeiro do empresário.

No entanto, Liu realçou que, em coordenação com as autoridades norte-americanas, Taiwan irá investigar “todos os fluxos de pessoas e dinheiro, bem como os aspetos de segurança relacionados, para identificar parceiros ou grupos criminosos locais”, agindo “sem leniência” e garantindo que os envolvidos nestas redes de fraude “não escapam à punição prevista na lei”.

Em 2019, a polícia de Taiwan anunciou ter desmantelado em Cascais, em cooperação com a polícia portuguesa, uma rede liderada por um cidadão taiwanês, que alegadamente defraudava vítimas na China continental através do telefone.

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Fonte: www.noticiasaominuto.com

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