Fonte da GNR e da Câmara de Vila Pouca de Aguiar confirmaram à agência Lusa a retirada das três pessoas por precaução desta aldeia que pertence também ao concelho de Vila Real. Segundo a fonte autárquica, terá também ardido uma estufa de produção de mirtilos.
Maria de Lurdes, de 70 anos, viveu momentos de aflição com o aproximar do fogo que deflagrou na segunda-feira em Vreia de Jales, desceu a serra e já passou pelas aldeias de Zimão, Gralheira, Tourencinho e bateu hoje em Covelo.
“Assustei-me muito porque tenho aqui os animais e tenho aqui tudo”, afirmou a idosa, que contou ter contado com muita ajuda de populares, bombeiros e militares da GNR.
Na pequena aldeia vivem cerca de meia dúzia de pessoas, mas foram muitos os que vieram de outras aldeias vizinhas e da vila sede de concelho para ajudar.
“O que nos valeu foram os bombeiros, foi esta gente toda, foi tudo muito nosso amigo, tivemos muita sorte graças a Deus”, salientou a idosa.
Com giestas, batedores ou pás, com as cisternas dos tratores carregadas de água ou mangueiras, os populares ajudaram a travar o avanço das chamas pela aldeia.
A filha de Maria de Lurdes, Ondina Lagoa, 35 anos, veio de Zimão, onde na noite de segunda-feira ardeu uma casa de habitação, três devolutas e as pessoas foram retiradas da aldeia.
“Temos aqui a casa da minha mãe, da minha tia, a casa de familiares, praticamente aqui é tudo família e tivemos que vir ajudar”, afirmou à Lusa, descrevendo “dias de muita preocupação”.
Francisco de Assis, 24 anos, é brasileiro, vive em Vila Pouca de Aguiar e veio com os amigos ajudar.
“Desviámos o fogo das casas ali em baixo da maneira que pudemos”, frisou, com uma giesta verde na não e garantindo que vai continuar a ajudar até “tudo se normalizar”.
No concelho de Vila Pouca de Aguiar está cortada a Autoestrada 24, entre Samardã e o nó da sede do concelho, bem como a Estrada Nacional 2 (EN2) em vários pontos do concelho.
Neste concelho há, desde segunda-feira, três fogos ativos.
O subcomandante regional da Proteção Civil do Alto Tâmega, Artur Mota, contabilizou cinco fogos ativos neste território ao final da manhã.
“Todas a situações são preocupantes e a meteorologia que se avizinha também não é favorável, vamos ter um dia complicado.”, salientou o responsável.
Um total de 5.321 operacionais, com o apoio de 1.629 viaturas e 24 meios aéreos estão envolvidos no combate aos incêndios em Portugal, a maioria nas regiões Norte e Centro do país.
Em conferência de imprensa na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), em Carnaxide, no concelho de Oeiras (distrito de Lisboa), às 13:00, o comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes, explicou que os “incêndios têm um comportamento muito extremo” e, nos casos mais graves, a estratégia está focada na “preservação humana e preservação dos bens”.
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